domingo, 29 de maio de 2011

Diferenças


Vivemos num mundo onde, quem não está de acordo com o padrão social que dita as regras econômica e cultural de uma nação, pode ser considerado diferente, e ser diferente numa sociedade que não respeita as diferenças pode ser um tanto complicado.

A minoria que estabelece como a maioria deve viver, são os ricos. Eles ditam as leis, normas de beleza que prega que, a mulher para ser bonita, dentro do padrão de beleza criado por eles, tem que ser magra, causando assim um número cada vez maior de adolescentes que sofrem de bulimia e anorexia. Tudo porque o ser humano não consegue conviver com a diferença.

Se até a natureza convive e sobrevive das diferentes espécies de animais, plantas e etc., por que será que o homem, que se considera superior aos animais, é tão primitivo nesse aspecto? Será porque ele não admite que em certos casos a natureza seja mais sábia do que ele?

A sábia natureza convive com situações que nem o homem consegue conviver, como por exemplo, conviver com as diferentes etnias. Para a raça humana um casamento entre um branco e um negro pode não ser visto com bons olhos, já na natureza, um cavalo cruzou com uma zebra e deu luz a um filhote, como aconteceu há alguns anos atrás. Na natureza, quase 80% dos animais são homossexuais, já para o homem é inaceitável o casamento de pessoas do mesmo sexo, o que nos causa o seguinte questionamento: se todos temos o mesmo direito pela Constituição criada pelo homem, porque os homossexuais não têm o mesmo direito dos heterossexuais?

Partindo do conceito que diz que, perante Deus todos somos iguais, não importa a cor da pele, a condição social, a opção sexual, o que importa é que todos viemos da mesma forma. Uns acreditam que do barro, outros de uma explosão, mas todos do mesmo lugar, e a partir do momento que o homem entender isso, ele saberá conviver com a diferença.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Percepção de solidão


Uma mulher entra no cinema, sozinha. Acomoda-se na última fila. Desliga o celular e espera o início do filme. Enquanto isso, outra mulher entra na mesma sala e se acomoda na quinta fila, sozinha também. O filme começa.

Charada: qual das duas está mais sozinha?

Só uma delas está realmente sozinha: a que não tem um amor, a que não está com a vida preenchida de afetos. Já a outra foi ao cinema sozinha, mas não está só, mesmo numa situação idêntica a da outra mulher. Ela tem uma família, ela tem alguém, ela tem um álibi.

Muitas mulheres já viveram isso - e homens também. Você viaja sozinha, almoça sozinha em restaurantes, mas não se sente só porque é apenas uma contingência do momento - há alguém a sua espera em casa. Esta retaguarda alivia a sensação de solidão. Você está sozinha, não é sozinha.

Então de repente você perde seu amor e sua sensação de solidão muda completamente. Você pode continuar fazendo tudo o que fazia antes - sozinha - mas agora a solidão pesará como nunca pesou. Agora ela não é mais uma opção, é um fardo.

Isso não é nenhuma raridade, acontece às pencas. Nossa percepção de solidão infelizmente ainda depende do nosso status social. Se você tem alguém, você encara a vida sem preconceitos, você expõe-se sem se preocupar com o que pensam os outros, você lida com sua solidão com maturidade e bom humor. No entanto, se você carrega o estigma de solitária, sua solidão triplicará de tamanho, ela não será algo fácil de levar, como uma bolsa. Ela será uma cruz de chumbo. É como se todos pudessem enxergar as ausências que você carrega, como se todos apontassem em sua direção: ela está sozinha no cinema por falta de companhia! Por que ninguém aponta para a outra, que está igualmente sozinha?

Porque ninguém está, de fato, apontando para nenhuma das duas. Quem aponta somos nós mesmos, para nosso próprio umbigo. Somos nós que nos cobramos, somos nós que nos julgamos. Ninguém está sozinho quando curte a própria companhia, porém somos reféns das convenções, e quando estamos sós, nossa solidão parece piscar uma luz vermelha chamando a atenção de todos. Relaxe. A solidão é invisível. Só é percebida por dentro.